Parecem
correr na direcção norte-sul e oeste-este. Assim acontece quando nos visitam e
correm à superfície, o que não poderia ser de outra forma, pois é esta a
inclinação do solo, visitam-nos com muita frequência e não
escolhem dia, nem hora!
Umas
vezes mais simpáticas, de caudal mais lento espraiando-se calmamente à largura
da rua ou da praceta até se enfiarem numa qualquer sargeta, ou seguir rua
abaixo, deixando pequenas lagunas nas zonas
planas, onde no verão nos apetece chapinhar, estender
uma toalha de praia e refastelarmo-nos
ao sol!
Outras,
mais violentas, de caudal forte e lamacento arrastam areias e pedras provocando
na maioria das vezes perigosos alçapões nos passeios e deixando mesmo grandes
extensões em carne viva, ou melhor em lama viva!
Estas
últimas, já me têm acordado de madrugada com a sua insolência e desprezo pelo
meu precioso descanso. E não se volta para a cama descansada sem se avisar os “guarda-rios”
das ribeiras subterrâneas e ir a correr escorrichar as torneiras para encher
baldinhos, panelas, garrafões de plástico para as necessidades mais prementes
das próximas horas!
Não
deixo de reconhecer algumas vantagens destas visitas das ribeiras subterrâneas
do meu bairro, como sejam uma boa lavagem das sargetas e das superfícies por
onde passam, a humidificação da atmosfera em dias de calor excessivo, tornando
o ambiente mais aprazível, a rega de que algumas árvores beneficiam, etc.
Não
fossem os consumos inúteis (em desfavor da comunidade), as horas extras de
trabalho dos funcionários de manutenção dessas marotas ribeiras, passeios etc… e os longos
períodos de seca na nossa
habitação, que se seguem a estas
inesperadas visitas, eu diria :
Gosto
do meu bairro, habituámo-nos um ao outro há longos anos, não me imagino noutro
local a viver, mas, que pena estes terrenos não terem sido destinados a pomares
ou horticultura com tanta água no subsolo!
Odivelas, 29 de outubro de 2015
Maria Dias
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