terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Ida a Gondomar

Gondomar Capital da Ourivesaria
Saimos do ISCE às 8H50. Chovia, o dia estava demasiado cinzento tirando brilho ao nosso passeio. O grupo era simpático, prometendo um bom convívio.
 
Primeira pausa em “La Pausa”, uma estação de serviço onde pudemos usufruir de bom tempo, embora continuasse muito nublado. Umas bebidas, alguns petiscos, porque o almoço iria ser tarde e continuamos a viagem.
 
O autocarro rolava deixando ver as árvores partidas ou arrancadas, resultado do temporal que dias antes tinha assolado o país. Pensei nas dificuldades das famílias que vivem em povoações pequenas. Quando surgem os desastres naturais, elas devem sentir-se quase no fim do mundo. Os apoios dificilmente chegarão a tempo de os amparar moralmente.
 
A viagem demorou mais do que estava previsto, devido à chuva e chegámos a Gondomar atrasados para o almoço, que foi divinal. Estávamos condicionados com a hora a que deveríamos estar no Pavilhão Multiusos onde iria decorrer o concurso.
 
Chegámos apressados, bandeira do ISCE em punho e já estavam sentados os primeiros representantes de várias universidades para o início do concurso. Odivelas foi chamada com os restantes concorrentes para mostrarem o que valiam. Não passámos à final, mas os nossos colegas estão de parabéns pela coragem da tentativa de uma vitória.
 
Saímos do Pavilhão com as luzes acabadas de acender e fomos em direção a Espinho para o hotel Solverde, onde iriamos ficar.
 
No fim de um reconfortante jantar fomos observar a vida noturna do casino, ali mesmo ao lado. Muita animação e muita cor. Passaram vários anos sem ter oportunidade de apreciar um ambiente assim, tão cheio de atrações coloridas e com o tilintar atrativo das máquinas em movimento, onde também podemos conviver alegremente sem nos arruinarmos.
 
A noite ia adiantada, estávamos todos cansados, convidando a um bom descanso no hotel, a fim de retemperar energias. porque no dia seguinte tínhamos de nos levantar cedo e continuar estrada fora até Aveiro.
 
Pela manhã, já ao pé do autocarro, ainda houve o bónus de uma rápida olhadela pelo local circundante, bem bonito com o mar ali em frente. Nossos olhos não se cansavam de reter as lindas imagens, que a mãe natureza nos  estava a oferecer.
 
Tínhamos de continuar a seguir o programa, a Ria de Aveiro estava à nossa espera para admirarmos as suas margens, num barco coberto, não fosse o tempo atraiçoar-nos. Tivemos sorte ao sermos mimados com um dia cheio de sol, podendo assim entregarmo-nos ao deleite da apreciação da cidade plantada junto à água.
 
A Ria ofereceu-nos momentos de encanto. Muitas aves numa dança cadenciada, como se soubessem que estavam a ser observadas. Jovens agitando vigorosamente os seus remos nos barcos de desporto, em ritmo certo e com um sorriso bonito espelhado no rosto. Vários barcos, de cores e tamanhos diferentes, uns atracados baloiçando suavemente, outros em movimento. Uma zona industrial bonita de observar. Havia movimento, vida, cor, alegria que se adivinhava em cada circunstância vivida.
 
No fim deste deleite, foi-nos proporcionado visitar o Museu de Aveiro. Aí vivemos um pouco o passado, numa homenagem aos valorosos portugueses que se dedicaram a fazer o bem ao povo da região.
 
Pausa dedicada a um bom almoço com um alargamento de tempo para compras. Naquela zona os doces abundavam, convidando os gulosos a  uma prova.
 
O Museu de Arte Nova convidou-nos a entrar, ostentando orgulhoso tudo  que era nova arte. Muito bonito e abranger tudo com os olhos não era fácil. Havia invulgaridade por todo o lado, onde uma  simples mesa ou cadeira era interessante.
 
Deixámos Aveiro para trás no fim de olhar longamente a linda e plana cidade com as suas “bugas” e os coloridos barcos à espera dos interessados num passeio aquático. Fomos com destino a Ílhavo ver o Museu do “fiel amigo” bacalhau.
 
Este retrata a árdua vida dos pescadores nos mares da Terra Nova, há muitos anos atrás, assim como os materiais usados na faina da pesca. No grande aquário do bacalhau, podemos ver as espécies nadando calmamente e alguns olharem-nos curiosos continuando a saborear o seu mundo artificial.
 
A visita tinha chegado ao fim e enquanto caminhava para o autocarro, ia olhando o ambiente à minha volta num até breve... se houver oportunidade.
 
O meu agradecimento às pessoas que estiveram por dentro da organização, proporcionando-nos esses bons momentos.
 
Aline Oliveira
Janeiro de 2013

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O meu Avental Multifunções!

Vou para a cozinha e ponho o meu avental. Começo as tarefas do fogão, da loiça, da mesa.
Toca o telefone e com o meu avental colocado, vou ouvindo uma amiga angustiada e ansiosa por alguém que a saiba e consiga ouvir.
Dou-lhe algumas respostas (poucas) de consolo e esperança, e volto ao refogado. Acrescento o arroz e reduzo o lume. Enquanto coze, venho ao computador procurar notícias das crianças e/ou de alguma amiga, ou dar uma espreitadela aos jornais.
Ups! O arroz está quase a esturrar! Lá vou eu e o meu avental, a descer escadas à pressa. Cuidado! Acalma-te, ainda cais! Falo para mim própria.
 
Toca a porta e pergunto quem é. Esqueço-me que tenho colocado o meu avental e abro a porta ao carteiro. Assino os registos.
 
E agora? São horas de almoçar e não vem ninguém! Lembro-me entretanto que é dia de semana.
Estou só. Posso almoçar. Acompanham-me as notícias da tv e o meu passarinho a competir com a o seu estridente chilrear.
Ainda com o meu avental, vou comendo, ouvindo as notícias, pensando o que estarão a almoçar as minhas crianças que (já são grandes, mas sempre penso que possam não ter almoço) e em mui...tas outras que sendo pequenas nem terão nada para comer! Levanto-me, arrumo o prato e dou um jeito à bancada da cozinha.
Finalmente, depois de todas estas actividades matinais, retiro o meu avental. Saio e vou para as minhas actividades lúdicas ou tratar de assuntos exteriores.
Final da tarde, regresso a casa. Volto a colocar o meu ''avental multifunções'' e finalmente janto acompanhada. A minha muito valiosa companhia de já muitos anos! Minutos depois o meu avental volta ao seu cabide. Amanhã o dia promete não ser muito diferente...!
Não muito longe vão os dias em que tudo era muito mais agitado, o almoço era comido em pé, tarde e a más horas, o passarinho chilreava sózinho, em casa.
Pelo que tenho, pelo que vivi, DEUS SEJA LOUVADO!
Fátima Dias

Síndrome do Ninho Vazio


Por formação ouvi muitas vezes e sabia teoricamente o siginificado desta expressão. Verifico agora que estando a vivê-lo me parece bem mais preciso do que em teoria!
De tanto ouvir falar dele tentei preparar-me para o embate mas, tem dias, como se costuma dizer. Hoje o dia está verdadeiramente outonal. Escuro e com um alto grau de humidade relativa no ar. Por analogia, a minha alma hoje está também outonal, pardacenta e sem alento.
Bateu-me a porta o contador da água.
- 9:00h da manhã! Destemido homem! Não tinha outras portas para bater antes da minha? De mau humor lá lhe dei uns reticentes Bons Dias.
Volto ao meu ninho, vazio mas ainda morno e espero que a manhã passe. Pode ser que a neblina dê lugar a uma nesga de sol.
- 9,30h. Por insistência dos dois relógios de parede que competem entre si, um com sonoras badaladas e outro 30 segundos depois com uma maviosa música austríaca, lembrando-me que há mais vida para além do ninho, levanto-me e aí vou eu, começar a labuta de mais um dia.

A energía está uns níveis abaixo do desejado. Por onde devo começar para recarregar? Talvez uns acordes de cavaquinho que bem precisam de ser treinados! Ou então trautear aquela bonita canção de Roberto Carlos, obrigado Senhor por mais um dia.....
Fátima Dias